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Mostrando postagens de outubro, 2010

Antipatia urbana

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         Não me habituei de todo à correria urbana e vez por outra tenho saudades dos hábitos de minha pequenina cidade de apenas quase 12 mil habitantes. Ainda estranho a não-poesia do caminhar apressado das ruas da capital, o não ter vizinhos e as “portas batidas” como se diz em bom “cearês”. Em minha pacata cidade ainda se usa “boa noite” para cumprimentar as velhinhas na calçada, se diz “bom dia” ao padeiro, ao gari, à vendedora de tapiocas. Vez por outra, esqueço a falta de etiqueta urbana e cumprimento timidamente, algumas senhoras que conversam em suas calçadas quando passo para a faculdade. E confesso, dia desses parei e pedi permissão para cumprimentá-las sempre, é que me sentia estranha em vê-las todas as noites e dividir sua calçada sem cumprimentá-las.  Nessa selva urbanesca que é a capital, sinto tantas vezes que as feridas sociais já não chamam a atenção e os rostos perdem sua identidade diante do ignoto, do desconhecido mundo agitado da multidão. E assim, mal se cumprime

Castelos

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Confesso que apesar de todos os conceitos que havia em mim sobre felicidade, alguns deles “encastelados” pela minha forma de ser, tenho mudado certas atitudes e minha maneira de pensar na vida. Houve uma época em que eu acreditava em contos de fadas, sexta-feira, 13 e outras crendices alimentadas pela nossa cultura tão arraigada na inocência do povo. Com o tempo e a rotatividade da vida, mudamos a forma de ver o mundo e aí descobrimos que é do caos que nascem os melhores resultados, as maiores conquistas e daí, a concretização natural da vida. Depois de tudo, o melhor é não esperar que a Seleção Brasileira de Futebol, ganhe a Copa do Mundo, que a política salve uma nação ou que a vida seja exatamente como pintam os apresentadores de TV. Com a exceção do ceticismo acumulado pelas experiências desastrosas da vida, deve-se mesmo manter os pés no chão e acreditar de forma consciente, menos ilusionista, naquilo que verdadeiramente importa. Confesso, novamente, que isso é apenas uma forma de

Soneto do Amor Total

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Amo-te tanto, meu amor... não cante O humano coração com mais verdade... Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade. Amo-te afim, de um calmo amor prestante E te amo além, presente na saudade Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente De um amor sem mistério e sem virtude  Com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim, muito e amiúde É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude. Vinícius de Moraes