Castelos

Confesso que apesar de todos os conceitos que havia em mim sobre felicidade, alguns deles “encastelados” pela minha forma de ser, tenho mudado certas atitudes e minha maneira de pensar na vida. Houve uma época em que eu acreditava em contos de fadas, sexta-feira, 13 e outras crendices alimentadas pela nossa cultura tão arraigada na inocência do povo.

Com o tempo e a rotatividade da vida, mudamos a forma de ver o mundo e aí descobrimos que é do caos que nascem os melhores resultados, as maiores conquistas e daí, a concretização natural da vida.

Depois de tudo, o melhor é não esperar que a Seleção Brasileira de Futebol, ganhe a Copa do Mundo, que a política salve uma nação ou que a vida seja exatamente como pintam os apresentadores de TV. Com a exceção do ceticismo acumulado pelas experiências desastrosas da vida, deve-se mesmo manter os pés no chão e acreditar de forma consciente, menos ilusionista, naquilo que verdadeiramente importa.

Confesso, novamente, que isso é apenas uma forma de ver a vida e nem por isso quer dizer que esteja certa como deixam transparecer os livros de auto-ajuda e lições de “receita-da-felicidade” que existem por aí. Para mim, consiste um grande esforço ler algum destes Best seller’s, pois sinto minha liberdade abolida e meus cotidianos insultados pela ideia de “faça assim e serás feliz”.

E como o tempo não pára, convém não correr atrás dele, de modo que, (como diz minha amiga Marineis) deve-se viver no intervalo entre o nascer e o morrer, já que não se pode lutar contra as duas condições.

A vida à minha volta, os caminhos por onde andei, as pessoas que conheci me fizeram o que sou hoje, mas somente eu, posso decidir o que é de fato meu ou simplesmente, produto de convivências e traumas. Cada castelo de areia que erguemos durante a vida, ocupa um grande espaço no terreno de nossas expectativas e, de verdade, estão todos vazios, a ponto de desmoronar ao primeiro vento forte que soprar.