Conselho de mãe (para menores)

Há tempos, eu queria escrever aqui, mas minha nova configuração não tem me permitido nem uma caminhada em volta do açude que fica de frente da minha casa, quanto mais a audácia de uma crônica sem compromisso depois das onze da noite.

Os tempos têm sido extremamente novos para mim, especialmente após gerar um filho. O meu Gabriel já vai completar um ano e meio daqui a sete dias, e como eu falei anteriormente, ainda não tinha criado coragem de assumir essas mudanças todas.

Tô nesse pic sem férias agora até ele entrar pra escola e ter as férias dele (eu acho)... A gente vive num mundo em que a maternidade é sagrada e, talvez por isso, nós nos sentimos culpada em admitir o quanto é "puxado" cuidar de outro ser que depende tanto do nosso olhar, do nosso amor, do nosso cuidado.

Meninas, não é fácil mexmo (sic). É um reality em que não se pode desligar as câmeras; nos primeiros meses ninguém dorme direito por causa das cólicas, das horas de amamentar o bebê, depois vem a troca de alimentos, a introdução das frutas na alimentação e aquela ruma de palpite que dá vontade de você jogar papinha pra cima com pratinho colorido e tudo.

Não tem receita! Eles não trazem manual... Sua mãe fazia de um jeito, sua sogra de outro, suas amigas mandam links, você lê, pesquisa... nada... nada disso vai garantir que vai dar certo fazer ele voltar a controlar o soninho na hora que você quer descansar.

Esquece aquele banho demorado, o ir ao banheiro com calma, esqueça as unhas ajeitadas... você vai descobrir que para sair de casa consegue carregar meio mundo naquelas bolsas. Mais tarde virão as primeiras palavras, o sorriso banguela, a roupinha que deixa ele parecido com um rapazinho e você até acredita que o sufoco está passando.

Espera só ele começar a andar e você vai ter vontade de jogar o sofá fora, de ter uma prateleira para cada coisa... Quanto mais ele anda, mais ele quer andar (e mexer em tudo) e mais você vai sentir dores nas costas... Depois de um tempo, quando recomeçar a comprar saltos (depois de ter dados os seus todos para sua irmã), vai querer vir embora correndo daquela festa de tanta dor só de correr atrás da sua fofurinha.

E tudo isso, não é nem um terço do que acontece na vida de uma mãe que trabalha fora (ou não), que se sente culpada por não poder dar mais atenção, que reza e pede a Deus todo dia que ele seja um bom filho e cresça com saúde.

Não é nem metade do que vivem as mamães que tem mais um mega desafio chamado ter um filho especial... Nossa! Considere fichinha tudo o que leu, diante delas!
Essa atrevida crônica é somente para dizer que quando você for mãe e passar por tudo isso (e mais um pouco) vai renovar suas energias toda vez que ele olhar sapeca para você e der aquele sorriso.

Eu tentei não ler crônicas como essa, quando estava gestante, mas não posso reclamar... quando Gabriel nasceu Deus colocou uma porção generosa de amor na minha bolsa de trazer pra casa, e cá estou apenas para dizer que foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida...

...mas um filho muda tudo na sua vida, viu. Não vá dizer que eu não avisei!

Comentários

  1. Nossa que crônica linda e gostosa de ler. Me vi agora nesse texto pois é bem assim e muito mais, parabéns por retratar nosso cotidiano de mãe.

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