Postagens

Mostrando postagens de junho, 2011

Crônica lírica

Imagem
Cada passo dado em direção a mim tem sido uma grande e maravilhosa aprendizagem. No início, era o jeito estranho adolescente submissa, sensível, obediente. Depois vieram as oportunidades de sair do casulo, maneira estranha de acontecer. Inutilmente, algumas ideias foram preenchendo o que havia dentro de mim.  Aos 14, encontrei o caderno e a caneta, de onde saiu a primeira virtude literária ou ousadia romanesca.  Escrevi então, meu primeiro livro. Talvez essa tenha sido a grande metamorfose dos meus dias. Embora, tímida, meu instinto escritor desabrochava e era possível olhar o mundo com outros olhos. Depois, o tempo, implacável e contante me levou a conhecer minhas primeiras noções de sonho. Havia uma sede de ser e um desejo de se transformar. Não haviam muitas opções, e crescer se tornou inevitável. Foi assim que descobri meus conflitos e as agruras que vêm com o benefício dos avanços da idade.  Cresci cheia de conceitos, preconceitos, ocupações e preocupações: antes de ser quem eu

Licença para Patativa

Imagem
Meu sobrinho Luís Victor e o primeiro presente que ganhou do avô Aureliano Eu sou de uma terra que o povo padece Mas não esmorece e procura vencer Da terra querida, que a linda cabocla De riso na boca zomba no sofrer Não nego meu sangue, não nego meu nome Olho para a fome, pergunto o que há? Eu sou brasileiro, filho do Nordeste Sou cabra da peste, sou do Ceará. Patativa do Assaré, 1909 - 2002 Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu na cidade de Assaré - Ceará, foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina. Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista. Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visã