Crônica lírica
Cada passo dado em direção a mim tem sido uma grande e maravilhosa aprendizagem. No início, era o jeito estranho adolescente submissa, sensível, obediente. Depois vieram as oportunidades de sair do casulo, maneira estranha de acontecer. Inutilmente, algumas ideias foram preenchendo o que havia dentro de mim. Aos 14, encontrei o caderno e a caneta, de onde saiu a primeira virtude literária ou ousadia romanesca. Escrevi então, meu primeiro livro. Talvez essa tenha sido a grande metamorfose dos meus dias. Embora, tímida, meu instinto escritor desabrochava e era possível olhar o mundo com outros olhos. Depois, o tempo, implacável e contante me levou a conhecer minhas primeiras noções de sonho. Havia uma sede de ser e um desejo de se transformar. Não haviam muitas opções, e crescer se tornou inevitável. Foi assim que descobri meus conflitos e as agruras que vêm com o benefício dos avanços da idade. Cresci cheia de conceitos, preconceitos, ocupações e preocupações: antes de ser quem eu