Considerações sobre humanos
Entender-se como pessoa integrante do mundo e não apenas como mais um número na multidão; eis o motivo pelo qual estamos na terra. Interagir com os pares, buscando compreender suas fraquezas, absorver suas lições e aproximar-se deles como humanos, é tarefa não tão fácil assim, mas importante para nossa construção emocional e espiritual. Ninguém vive sozinho, nem mesmo quando não conhecemos os rostos estranhos do prédio em que moramos, ou quando encontramos a multidão que invade o sinal de trânsito e o faz parar. Acho fascinante esta hora única em que para o trânsito e a multidão entra em cena. No caos urbano em que se vive se fazem estranhos seres enclausurados pelas paredes da solidão e se fazem estranhos, seres apreensivos e desejosos de outros seres. Nem mesmo podem se dar a conhecer a expectativa do outro e a formalidade de um cumprimento num casual encontro no portão é por vezes frio e raro. As mentes brilhantes de pessoas comuns se apagam em meio ao anonimato do não ter mais vizinhos e do não partilhar conversas fiadas no fim da tarde. Sou de uma terra em que ser humano é algo ainda vibrante, cheio de contato, de fala, de risadas e de poucos prédios cercados, ou nenhum prédio. Buscar aprender, estudar os comportamentos sem baseá-los em teoria e entrar em contato com as pessoas; eis a maior inspiração para quem tem imensa curiosidade sobre o que é ser gente.
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