Cenários e rotinas
E a vida corre tranquilamente.
Nas sextas e sábados deste fevereiro, a galera do pré-carnaval bota o bloco na rua, aquece os tamborins e invade a noite do Benfica. Animados pela prévia de quatro exaustivos dias de folia, os brincantes se lançam ao som das marchinhas e ao grito do puxador do bloco.
Enquanto isso, na TV, as notícias sobre a calamidade do povo haitiano dividem espaço com as chamadas do reality show que anuncia, “agora o prêmio é de um milhão e meio de reais”, disputado a barracos e xingamentos, ao vivo e em cores.
Mas ainda mais perto, da minha janela, posso ver um homem revirando o lixo do prédio e catando o alimento desperdiçado: por mim, pelos meus vizinhos e talvez até mesmo por você, caro leitor, que tantas vezes “enfadado” do mesmo cardápio, contribui com a miséria num país cheio de ricos e famintos.
O movimento na rua continua, enquanto uns correm apressados para a aula, outros mal disfarçam a pedra enrolada num pequeno papel branco, crianças subnutridas vagam pela rua, entregues ao descaso e aumentam os números lucrativos do crack.
No mesmo cenário, senhoras conversam animadamente na calçada como se o tempo ainda fosse aquele, em que se acreditava no vizinho, na comadre, na possibilidade de um mundo melhor.
E tudo isso, é absolutamente normal.
Tão normal quanto a destruição da natureza, a busca do homem pelo dinheiro, a ascensão econômica da China, a evolução do volume de vendas pela internet e a capacidade de recuperação do dólar.
Enquanto isso, na TV, as notícias sobre a calamidade do povo haitiano dividem espaço com as chamadas do reality show que anuncia, “agora o prêmio é de um milhão e meio de reais”, disputado a barracos e xingamentos, ao vivo e em cores.
Mas ainda mais perto, da minha janela, posso ver um homem revirando o lixo do prédio e catando o alimento desperdiçado: por mim, pelos meus vizinhos e talvez até mesmo por você, caro leitor, que tantas vezes “enfadado” do mesmo cardápio, contribui com a miséria num país cheio de ricos e famintos.
O movimento na rua continua, enquanto uns correm apressados para a aula, outros mal disfarçam a pedra enrolada num pequeno papel branco, crianças subnutridas vagam pela rua, entregues ao descaso e aumentam os números lucrativos do crack.
No mesmo cenário, senhoras conversam animadamente na calçada como se o tempo ainda fosse aquele, em que se acreditava no vizinho, na comadre, na possibilidade de um mundo melhor.
E tudo isso, é absolutamente normal.
Tão normal quanto a destruição da natureza, a busca do homem pelo dinheiro, a ascensão econômica da China, a evolução do volume de vendas pela internet e a capacidade de recuperação do dólar.
Adorei o Texto, tem uma leveza e criticidade bacana.
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