Traços de amizade
Nosso tempo não é contado no relógio e nem tem espaço para a mágoa, nosso olhar deve ter a luz terna da alegria do reencontro sem a cobrança dos últimos e nem dos próximos acontecimentos. Quero o que há de melhor em você, sua sensibilidade de boêmio jovem poeta, sua aposta na vida e nos sonhos de menino (agora quase homem) não em tamanho, mas em espírito, em intelecto. Quero o timbre tímido de sua voz ao ler meus poemas seu abraço acolhedor e seu beijo na testa, sua forma estranha de me dizer, não (mesmo internamente, sim). Quero seu discurso empolgado de sua descrença no mundo e os causos de sua cidade, de sua gente, de sua infância, quero sua mão fria tocando a minha e seu jeito estranho de me manter longe mesmo que eu insista em estar perto e desenhar cada traço dessa amizade.