Navegar é preciso
Nesses tempos de pouco tempo dedicado ao homem e muita energia gasta com máquinas a vida se mostra estranha e viver já é de todas, a maior aventura das últimas décadas. Agora, usam-se poucos “Bom dia!”, quase nunca um “Por favor!” e muito raramente, um “Desculpa”.
Ao que me parece, as palavras tornaram-se armas e dependendo de quem atira primeiro, usá-las ou não pode ser uma questão de estratégia. O diálogo, parte importante para a construção das relações foi codificado, enxertado de gif’s e scrap’s e transportado para uma máquina on line e on time.
O que antes se resumia a uma permissão informal do “olá amigo, tudo bem?” agora é o famoso - Me adiciona aí, vai! No mundo da navegação virtual quem ainda não caiu na rede é um peixe... fora d’água. O que está bombando agora (e não sei até quando, mas tudo bem) é o famoso Twitter, 144 caracteres que descrevem, noticiam, denunciam ou simplesmente comunicam algo (geralmente, uma situação cotidiana do último segundo na vida de algum artista ou algum anônimo querendo estar na mídia ou talvez de um alguém como eu e você que não é nem uma coisa nem outra).
E contrariando o que dizia o mais genial dos poetas portugueses, “navegar é preciso, viver não é preciso”, principalmente nesses tempos de vida virtual e relações pouco presenciais. De frente pro computador, é possível perceber que o mundo se amplia e se reduz conforme a compreensão de quem acessa.
O que se acredita fascinar tanto as pessoas para estarem em redes sociais na internet é que ali não se encontra amigos chatos que nos pedem atenção, isso por que é possível seguir o outro de forma invisível, ou seja, tudo que o homem sempre quis.
Assim, já se tem resposta para aquela famosa pergunta: “O que você faria se pudesse ficar invisível?”.
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