Cantarolando bregas

Em busca de um tempo que nem sei se existe corro todos os dias. 
E todos os dias, fatalmente este tempo acaba; felizmente quando o sol nasce traz com ele uma nova fatia do tempo e recomeça aí a nossa esperança para ser feliz de novo, ou não, né...
Tem dias que não dá tempo realizar todas as tarefas, ligar para aquele amigo que fez aniversário, fazer uma oração em silêncio, dar uma corridinha na praça... enfim, e quando o dia acaba nos resta a estranha sensação de um tempo perdido.
Deve ser por que temos essa mania feia de ficar contando as vantagens de estar vivo pelo número de horas em que estamos ocupados.
De vez em quando nos iludimos com a falsa ideia de que o que conta são as tarefas cumpridas, os compromissos realizados; isso de fato é importante mas alimentar nosso jardim da felicidade é também tarefa imprescindível.
Quando falo em jardim da felicidade não estou falando da mente fértil da Alice (a do país das maravilhas) não, viu. Na verdade, falo de uma série de coisas simples e boas que podemos fazer para regar esse jardim. 
Num pequeno terreno do nosso dia podemos escolher algumas sentimentos bons que devem ser semeados com muito carinho: experimente dar bom dia ao gari da sua rua, sério; é simples e ele vai te responder assutado.
Experimente oferecer ajudar aquela senhora carregada de sacolas que você encontra na sua rua, faça mais gentilezas, evite ser bruto como os seus vizinhos, em vez de reclamar, de sair por aí de cara feia, aproveite o tempo de caminhada para recordar as aventuras da sua adolescência ou até mesmo para cantarolar aquele brega que seu pai e sua mãe adoram. 
Cantar brega faz bem, outro dia me peguei dando risada de mim mesmo na rua e, sozinha. 
"Sorria meu bem, sorria..."
O que nos impede de ser feliz é o medo do ridículo, de pensar na censura do outro. 
Sejamos portanto, intensos e degustemos o sabor agridoce que é viver e ser feliz.
Nada nos impede.

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