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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Sabores

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Não deixemos Que os dias nos roubem O encantamento de ser aquilo que já pretendíamos ser Antes mesmo que o sol raiasse. Não deixemos que nos roubem A coragem de encarar a janela, Em vez do espelho e nos fechemos Em nosso próprio egoísmo latente. Não deixemos que nos roubem O sabor de caminhar por entre as ruas E o prazer da conversa de calçada Que em nada se assemelha às clausuras urbanas. Que acima de tudo, Não deixemos que nos levem O fascínio pela vida e a ousadia De pelo menos, de vez em quando, Acreditar que é possível colorir o papel Com o mesmo azul do céu. Não permitamos nunca Que os medos tomem de conta de nossas virtudes E que não tenhamos medo de sonhar Apenas por ter errado umas cem vezes. E não deixemos, finalmente, que nos roubem A magia do olhar de deusas O sentimento de humanidade A oportunidade de evoluirmos Na mente, naquilo que se sente Por que o que há de mais belo no mundo É nos presentar com a c

Percepções

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Persistentes pessoas Pensamentos perplexos Pecados publicáveis Proletários pintados Praças, panelas Pedidos de paz Paredes, pinturas Proteções perecíveis Projetos possíveis Pretensões policiais Poemas primários Protestos parados Pícaros políticos Poucos privilégios Problemática população Proteladas premiações Pragmáticas previsões Pessoas e preposições.

Olhares

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Agora que eu cheguei aqui vou olhar para todos os lados. Vou olhar para trás e lembrar das pedras que construíram meus alicerces. Vou olhar para frente e descobrir que o horizonte é maior do que eu supunha. Vou olhar ao redor e abraçar os meus companheiros de caminhada Vou olhar para dentro de mim e redefinir metas, avaliar circunstâncias e projetar novos ideais. Vou olhar para cima, por que dizem que é lá que Deus mora  e agradecê-lo por ter me soprado a vida. Vou revisitar o mundo com o meu olhar. Agora que cheguei aqui, descobri que havia dado apenas o primeiro passo.

Sede

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As pessoas nos ensinam todos os dias.  Sempre tive muita sede de estudar, era boa aluna, tirava sempre dez na escola e jamais repeti de ano. Mas havia em mim, durante a adolescência, um milhão de sentimentos que gritavam em busca de alguém que me ouvisse. Na verdade, eu não sabia direito o que queria dizer, mas queria dizer. Foi assim que compus a maioria das poesias de meu singelo e estreito livro Além de Mim, ali consta o testamento simbólico de uma juventude inquieta que havia em mim. Depois, as coisas foram ficaram mais claras e apesar das estatísticas de que "filho de pobre não estuda" e que nascendo mulher, o futuro é apenas o de procriar, descobri que queria estudar. Isso era a minha vida, uma sede que bebia da água de muitos livros; de Machado, algumas coisas de Fernando Pessoa e qualquer coisa que fizesse sentido ou que não fizesse, mas que criasse um mundo alternativo. Descobri também que eu detestava estudar sozinha, que era enfadonho, cansativo, chato mesmo.