Sabores
Não
deixemos
Que
os dias nos roubem
O
encantamento de ser aquilo que já pretendíamos ser
Antes
mesmo que o sol raiasse.
Não
deixemos que nos roubem
A
coragem de encarar a janela,
Em
vez do espelho e nos fechemos
Em
nosso próprio egoísmo latente.
Não
deixemos que nos roubem
O
sabor de caminhar por entre as ruas
E o
prazer da conversa de calçada
Que
em nada se assemelha às clausuras urbanas.
Que
acima de tudo,
Não
deixemos que nos levem
O
fascínio pela vida e a ousadia
De
pelo menos, de vez em quando,
Acreditar
que é possível colorir o papel
Com
o mesmo azul do céu.
Não
permitamos nunca
Que
os medos tomem de conta de nossas virtudes
E
que não tenhamos medo de sonhar
Apenas
por ter errado umas cem vezes.
E
não deixemos, finalmente, que nos roubem
A
magia do olhar de deusas
O
sentimento de humanidade
A
oportunidade de evoluirmos
Na
mente, naquilo que se sente
Por
que o que há de mais belo no mundo
É
nos presentar com a chance de ser gente.
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